#01 • Medo da exposição ou exposição desnecessária?

Nessa edição, em 3 minutos:

A real necessidade de exposição

A exposição, sobretudo nas redes sociais, é um tema comum para quem quer partilhar a sua voz no digital e busca colocar a sua marca pessoal consciente no mundo.

Este é um assunto complexo com muitos pontos sensíveis. As interpretações mais comuns para as dificuldades com a exposição costumam estar relacionadas com os nossos medos… o medo do julgamento, medo da rejeição, medo da superexposição, medo de não ser bom o suficiente, e por aí adiante.

São interpretações válidas, no entanto, há outros pontos associados ao tema da exposição que sinto que muitas vezes não são contemplados quando se fala deste assunto…

Um deles, o foco de hoje, é perceber se há real necessidade de exposição. O teu negócio, os teus objetivos realmente requerem que te exponhas nas redes sociais?

É frustrante contactar com uma realidade onde existe a crença aparente de que criar um negócio equivale a criar um perfil no Instagram. E onde a grande parte da informação que circula sobre posicionamento, partilha de conteúdos e vendas direciona-nos para as redes sociais, sobrepondo-se aos inúmeros caminhos alternativos (e muito mais eficazes) que temos à nossa disposição para evidenciar o nosso valor, transmitindo credibilidade e profissionalismo, e permitindo conectarmo-nos com as pessoas certas.

Na grande maioria dos casos que recebi nos meus acompanhamentos individuais de desenvolvimento de marca pessoal até hoje, as pessoas procuravam-me com a necessidade de ajuda para exporem-se e partilharem conteúdo nas redes sociais. Na sua grande maioria, verificamos que a exposição não era imprescindível e, normalmente, nem mesmo necessária para gerar os resultados pretendidos!

Esse trabalho de desconstrução alivia muito do peso para quem quer desenvolver a sua marca pessoal, tornando o processo muito mais leve. E é um pouco desta linha de pensamento que trago para ti hoje.

Cada canal com a sua função

Há 3 pilares que compõe a tua comunicação com o (potencial) cliente. De forma muito, muito, resumida… Branding são os fundamentos que moldam a percepção das pessoas sobre a tua marca e o seu valor. O Marketing remete para o contato com a audiência, onde as pessoas ganham consciência da tua marca, dos seus produtos e serviços. Vendas tratam sobretudo das técnicas e dos canais onde a venda ocorre efetivamente.

Existem muitas tendências limitantes para desenvolver marcas pessoais e dois grandes problemas quando falamos de exposição nas redes sociais são a confusão com a real função da plataforma e o entendimento que estas só funcionam bem a um ritmo frenético, “Ah, a entrega!”… “ah, o algoritmo……..!”

A tónica da venda parece estar sempre ligada ao ritmo de partilhas nas redes sociais (isso só quer dizer que elas também precisam vender-se e vendem-se bem!), mas a verdade é que as nossas vendas normalmente são realizadas em outros canais. As redes são apenas um ponto de contato e um ponto de validação. Entender o lugar e a função de cada canal na tua comunicação faz toda a diferença para investires corretamente o teu tempo e a tua energia onde realmente precisas de focar para obteres os resultados pretendidos.

Para além disso, o marketing tem se tornado cada vez mais sinónimo de uma produção desenfreada de conteúdo nas redes sociais. Claro que isso cria pressão para quem quer se posicionar no digital. Claro que é um caminho desalinhado para muitos, pois o propósito inicial acaba sendo completamente distorcido… afinal, quase sempre a sua produção se torna maior que o próprio trabalho e não é isso que queremos, pois não?

Então, como contornar esse cenário? Entender as funções de cada canal de comunicação é um bom passo (vou abordar este tema em melhor profundidade no Workshop Mapa da Clareza), e também começar a explorar diferentes cenários de posicionamento e partilha de conteúdo. Vamos explorar alguns de seguida.

Potenciais combinações para posicionamento e partilha de conteúdo

Inspirada por uma artigo da Rafa Cappai, trago-nos 5 tipos de perfis de relação com as redes sociais. E para cada perfil, trago um comentário e uma sugestão rápidos, apenas para abrir caminhos e possibilidades.

🪶 Redes sociais não trazem rendimentos direto para o trabalho e não quero…
Este talvez seja o caminho mais simples. Simplesmente aceitar que não é para ti, ou que ainda não é para ti neste momento, e filtrares toda a informação que lês sobre o tema. 🙂 Um website para te posicionares eficazmente e uma estratégia de contato direto e boca a boca para realização de vendas pode ser suficiente para ti, trust me (esse tem sido o meu cenário nos últimos 5 anos).

🪶 Não traz rendimentos ou traz poucos rendimentos, mas quero!
Este é um caminho leve, pois a partir do momento que reconheces que estar nas redes sociais é uma opção, crias o teu próprio flow natural de aparecer e fazer partilhas somente quanto tu quiseres. Sugestão: um bom branding facilita-te incomensuravelmente a vida para te posicionares e produzir criativos!

🪶 Traz rendimentos e é importante, mas não quero mesmo!
Não tens que ser tu a fazer tudo sozinho(a)! O importante é que foques no impacto que trazes às pessoas. Se traz rendimentos e é importante, abordagens como o slow marketing e delegar alguma produção de conteúdo podem fazer sentido para ti.

🪶 Sou criador(a), mas gosto de calmaria.
Possível solução: partilhar conteúdos digitais evergreen para blogs, newsletters, podcasts, Youtube, etc… Trabalhar com plataformas de autoridade, como escrita de livros, entrevistas em podcasts/rádios, dar palestras, etc… E, porque as redes sociais importam para quem procura validação, podes, por exemplo, manter um perfil pessoal que remeta para um bom site onde também reúnes as tuas participações… Simples.

🪶 Sou criador(a) e gosto da intensidade das redes!
Um perfil que jamais conseguirei entender! Cabe-me referir apenas dois lembretes: não esquecer de nutrir canais onde o teu conteúdo perdura por mais de um dia e também pensar em plataformas de autoridade para encontrar novos públicos não instagramáveis.

Qual o teu caminho?

Os perfis e os caminhos são muitos, não é mesmo… Cada pessoa e cada caso são únicos. Para melhor encontrares o teu, sugiro considerares 3 pontos-chave:

🦉Conheceres bem a tua forma mais confortável de estar, as tuas forças e desafios, o teu contexto, a tua gestão criativa;
🦉Entenderes em profundidade os teus (potenciais) clientes, saberes onde eles se encontram…
🦉Conseguires ver o teu ecossistema de comunicação com clareza e o palco digital com uma visão panorâmica.

Faz sentido?

Agora, estou curiosa para saber… Após a leitura deste email, mudaste algo na tua percepção sobre a tua exposição no digital? Vais tomar alguma nova medida para encontrares um estilo de comunicação mais saudável para ti e para a divulgação da tua marca?

As perguntas não são retóricas… Adoro conhecer novas histórias e respondo pessoalmente a cada email. Vamos fazer deste um canal de troca de conhecimento e experiências bi-lateral!

Volto na próxima quinzena!

Até breve! 🪶

Sou a Gisela, facilito e oriento processos de desenvolvimento, crescimento e renascimento de Marcas Pessoais verdadeiras, diferenciadoras e impactantes, ajudando a traduzi-las para o mundo, na sua beleza e complexidade.

Trabalho com profissionais de desenvolvimento humano e social que sabem quem são, são felizes com o que fazem e procuram vir ao mundo na sua (nova) melhor versão!